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STF retoma julgamento de militares acusados de planejar golpe de Estado

Primeira Turma do Supremo ouve defesas dos dez integrantes do chamado “núcleo 3”, grupo conhecido como “kids pretos”, nesta quarta-feira (12)

Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (12) o julgamento de dez acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado que teria sido articulada no fim de 2022. A sessão da Primeira Turma será dedicada à oitiva das defesas dos réus, apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como integrantes do chamado “núcleo 3”, um grupo de militares e ex-militares apelidado de “kids pretos”.

De acordo com a denúncia, os investigados faziam parte de uma célula operacional responsável por elaborar planos de ação e logística para dar sustentação a uma ruptura institucional. O objetivo seria impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, utilizando estruturas das Forças Armadas para promover uma intervenção.

Entre os acusados estão militares da ativa e da reserva do Exército, com histórico em operações especiais. Segundo o Ministério Público, eles teriam se reunido diversas vezes em Brasília e em outras cidades, tratando de detalhes sobre movimentações de tropas, segurança de quartéis e ações coordenadas para contestar o resultado das urnas.

Durante a sessão, os advogados de defesa apresentaram seus argumentos, sustentando que não há provas suficientes que comprovem a existência de um plano concreto de golpe. Já a PGR reforçou que os acusados tinham plena consciência da gravidade dos atos e contribuíram de forma decisiva para a estruturação de uma conspiração contra o Estado Democrático de Direito.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, conduz a análise do processo, que será seguida pelos votos dos demais integrantes da Primeira Turma. O julgamento faz parte de uma série de ações que investigam diferentes núcleos do suposto golpe, divididos entre os setores de planejamento, comunicação e execução.

Caso sejam condenados, os réus poderão responder por crimes como associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas variam de 4 a 12 anos de prisão.

A decisão da Primeira Turma é aguardada com expectativa, por representar mais um capítulo do esforço das instituições em responsabilizar os envolvidos na tentativa de subverter a ordem democrática no país.

Por Redação CliqueNewsMS

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